sábado, novembro 07, 2009

O FIM ATROZ DE UM SEDUTOR



Em pleno século XVII aparece o mito de Don Geovanni, o eterno conquistador, Alguns defendem que as suas conquistas eram motivadas por interesses financeiros, outros defendem que a companhia da figura feminina era justificação suficiente. Em 1985, Anca Visdei escreve O Fim Atroz de um Sedutor, em que mostra a decadência do Don Geovanni, ao ponto de este requintado galã ser vítima das redes do amor e de todos os caprichos próprios dessa situação. A autora começa assim a trilhar um percurso que irá conduzir dois anos mais tarde à peça Doña Juana, em que a mulher desempenha agora o papel de conquistadora. O fim atroz de um conquistador é pois um caminho e não uma chegada nesta intenção de inversão dos valores próprios do mito de Don Geovanni. A autora pretende, com este percurso, dar destaque às mulheres como espécie dominante e utiliza como expediente uma das figuras que mais dominou o sexo feminino. Transforma assim o antigamente chamado sexo fraco em sexo forte. O Fim Atroz de um Sedutor é uma comédia (misógena, segundo o subtítulo dado pela própria autora) em que no fim todos os homens intervenientes acabam por prestar algum tipo de vassalagem à personagem Elvira. Não foi de todo inocente a utilização do mito de Don Geovanni para escrever esta peça, (que a própria tradutora – Eugénia Vasques – classifica de peça exercício), visto que Anca Visdei foi ela própria uma mulher exilada e excluída e aproveita-se destes artifícios dramatúrgicos para dar força e voz às mulheres descriminadas ao longo dos tempos.

Autor: Anca Visdei
Encenação: Adriano Bailadeira e Verónica Barata
Interpretação: Ana Rodrigues; José Mascarenhas; Susana Teixeira; Victor Pires
Luz: Armando Mafra
Som: Hélio Pereira

M/ 12 anos

Estreia – dia 5 de Novembro – Igreja do Convento de Santa Clara em Portalegre – 21h30

Em cena de 5 a 13 e de 25 a 28 de Novembro.

domingo, novembro 01, 2009

23ª Baja - Portalegre 500

BAJA BP ULTIMATE PORTALEGRE 500 EM FESTA Filipe Campos campeão nacional e ibérico - Boris Gadasin vence Taça Internacional FIA de Bajas - Jaume Collelldevall impõe-se no campeonato espanhol Foram vários os vencedores nesta 23ª edição da Baja BP Ultimate Portalegre 500. Do público, que compareceu aos milhares, às equipas participantes e, claro, aos pilotos consagrados. No final de dois dias de intensa competição na planície alentejana, Filipe Campos é o piloto com mais razões para sorrir, já que depois de ontem ter ajudado a confirmar a X-Raid GmBh como vencedora do campeonato por equipas, hoje, finalmente, juntou-lhe o terceiro título nacional e, prenda adicional, a vitória na Troféu Ibérico. “Antes de mais, esta vitória é dedicada a José Megre, que faz muito falta à Baja Portalegre. Estou, obviamente, muito contente por estas vitórias, numa prova bastante atípica, debaixo de muito sol e calor. Consegui sempre um bom ritmo e uma boa afinação para o meu BMW e apenas hoje passei por um momento mais complicado, quando tive que ultrapassar alguns quads, tendo mesmo chegado a tocar um deles que se assustou quando me viu – aproveito para lhe pedir desculpa. Posto isto, é tempo de celebrar!”, declarou Campos, à sua chegada a Portalegre. Conformado, Miguel Barbosa (BMW) acabou por conseguir o seu sexto pódio em Portalegre (3 vitórias, 2 segundos lugares e um 3º lugar), mas falhou o quarto título, embora tal objectivo se revelasse bastante difícil: “Tendo em conta as dificuldades pelas quais passei, com a deficiente afinação do BMW, este segundo lugar acaba por ser positivo. Parabéns ao Filipe pelo campeonato”. Curiosamente, a luta pelo lugar mais baixo do pódio acabou por ser um dos grandes motivos de interesse do derradeiro dia de prova desta Baja BP Ultimate Portalegre 500. Ricardo Leal dos Santos e Hélder Oliveira, que partiram esta manhã na 3ª e 4ª posição, respectivamente, chegaram a trocar de posições entre os dois CP do Sector Selectivo 4, mas o piloto de Coimbra viria a terminar no degrau mais baixo do pódio, ainda que por apenas… dois segundos! “Aqui há uns anos já tinha perdido um 3º lugar por um segundo! Na parte final ainda apanhei 3 quads atrasados e tive que levantar pé, mas o ritmo foi sempre forte e o novo motor colocado para esta prova funcionou na perfeição”. Já Oliveira não deixou de reconhecer que “a competição é assim mesmo. Fiz uma parte final de especial bastante rápida, mas o BMW do Ricardo tinha vantagem em zonas mais rápidas. Foi inglório perder o 3º lugar já perto do fim, mas não deixa de ter sido uma prova positiva”. Com Laszlo Palik (Nissan) a encerrar o Top 5, Bernardo Moniz da Maia, colega de equipa de Filipe Campos, terminou logo a seguir e conseguiu recuperar as duas posições perdidas na parte da manhã. Quanto ao T2, Nuno Matos conseguiu a tão almejada vitória frente ao seu público, obtendo a quinta vitória em oito provas depois de já ter confirmado o título na categoria: “Concretizei o sonho de ganhar frente às gentes da minha terra… mas não foi fácil. A 150 quilómetros do final o motor perdeu força em altas rotações e arrisquei muito, fazendo das curvas rectas! Felizmente, tudo correu bem e pude chegar ao final para festejar mais uma etapa numa ainda curta carreira”, recordou o piloto de Portalegre. Com Jaume Collelldevall (Mitsubishi) a confirmar a vitória no campeonato espanhol, também o russo Boris Gadasin (Proto) saíu de Portugal com motivos de satisfação, já que se sagrou vencedor da Taça Internacional FIA de Bajas. Fonte: www.bajaportalegre.com